Lobão Entrevista concedida em Fevereiro de 2000






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Lobão - Entrevista concedida em Fevereiro de 2000

Uma conversa franca com o roqueiro mais explosivo do Brasil sobre prisões,
CDs piratas, masturbação na cruz, invocação de exus, sexo, drogas & MPB

Por Ivan Marsiglia

Se dependesse de sua própria vontade, o cidadão João Luiz Woerdenbag Filho
teria deixado de existir há muito tempo. Não que “Lobão” – como ficou
conhecido esse carioca de 42 anos e sobrenome de origem holandesa, um dos
roqueiros mais polêmicos do Brasil, adorado e odiado por muitos e com uma
trajetória de 850 000 discos vendidos, quatro casamentos, uma filha de 11
anos e “alguns outros espalhados por aí”, muita droga, 5 prisões e 132
processos judiciais – ainda alimente o desejo de pôr fim à vida,
materializado em pelo menos uma tentativa confessa de suicídio, em 1979.

Hoje passando por um dos melhores momentos de sua carreira, o que Lobão
quer mesmo é livrar-se do sisudo nome de família. “Acho fraudulento você
ter que simpatizar com alguém por uma questão sanguínea”, diz ele, que
estuda a maneira jurídica de, se não apagar nome e sobrenome de sua
carteira de identidade, pelo menos incluir o apelido famoso em seus
documentos – a exemplo do que fez o candidato Luís Inácio Lula da Silva,
em quem, por sinal, Lobão votou nas duas últimas eleições presidenciais.

“Yo soy Lobón”, gosta de se apresentar o músico, num portunhol debochado.
De fato, Lobão praticamente perdeu o contato com os parentes que lhe
restaram depois que sua mãe, a professora de Inglês Ruth Araújo de Mattos,
com quem mantinha uma freudiana relação de amor e ódio, se matou em 1984.
As nada menos de dezesseis tentativas de suicídio anteriores de Ruth
acabaram por exaurir a paciência do primogênito: “Mandei-a para sete
palmos abaixo da terra com muita felicidade”, diz ele numa das passagens
fortes da entrevista que você vai ler adiante. O pai, o mecânico João Luiz
Woerdenbag, mora no Rio de Janeiro e cuida dos automóveis dos executivos
da Rede Globo, mas Lobão e ele não se falam há cinco anos. O músico também
nunca mais viu sua única irmã, Glória Maria Mattos Woerdenbag, que mora na
Holanda.

Hoje em dia, a “família” do músico se restringe a alguns fiéis amigos e à
esposa, a gaúcha Regina Lopes, de 34 anos, uma ex-fã que ele conheceu sob
a chuva de latas que levou no Rock in Rio de 1991. “Regina é minha
cúmplice e parceira”, não se cansa de repetir Lobão, que considera esse o
relacionamento mais importante de sua vida. Regina passou a ser também
empresária do marido, depois que ele teve seu contrato com a gravadora
Universal rompido após uma série de divergências.

Sem ter como lançar seu trabalho, Lobão saiu do impasse depois de
consultar seu destino nas moedas do I-Ching. “Hora de morder”, respondeu o
oráculo, e o lobo resolveu mostrar as presas novamente. Lançou, no final
do ano passado, “Lobão Manifesto”, um produto independente, incluindo o CD
A Vida É Doce, com faixa multimídia e uma revista, por 14,90 reais, bem
abaixo do preço cobrado pelas grandes gravadoras.

O disco foi saudado pela crítica como um dos melhores da carreira de
Lobão. A mistura de rock embebido em samba de morro e bossa nova, com
pitadas de trip hop, caiu no gosto do público e, no mês passado, a
vendagem do CD ultrapassou as 38 000 cópias. O sucesso recompensou a
ousadia e o stress da produção do disco. Em março de 1999, durante as
gravações, Lobão tomou um coquetel de calmantes e álcool que o deixou em
coma por quinze dias. De volta à vida, compôs o que considera sua primeira
canção “totalmente sóbrio”. O resultado é a faixa pungente que dá título
ao CD.

Ao que parece, ficaram mesmo para trás os tempos da “vida bandida” de
Lobão no final dos anos 80, quando ele chafurdava em drogas e álcool e
promovia turnês ensandecidas – acompanhadas de perto por fãs entusiasmados
e por uma polícia cada vez mais intransigente, que o enquadrou diversas
vezes pelos mais variados crimes. Entre eles, desacato à autoridade,
incitação ao uso de drogas e atentado ao pudor. Lobão acabou enjaulado em
maio de 1987, após ter sido apanhado com um papelote de cocaína no
Aeroporto do Galeão (hoje Tom Jobim), no Rio de Janeiro. Uma decisão
arbitrária da Justiça, segundo ele, que desconsiderava sua condição de réu
primário. Sem segundo grau completo, Lobão foi colocado em uma cela comum
na Polinter, Divisão de Polícia Interestadual, no centro do Rio, onde
conviveu com traficantes e assassinos. Lá, colecionou histórias pavorosas.

A prisão foi o momento crítico da vida de um personagem polêmico. Lobão
sempre oscilou entre a raiva e o escárnio, a virulência e o senso de
humor. Um dos expoentes, ao lado de Cazuza, Renato Russo, Herbert Vianna e
Paulo Ricardo, do movimento que ficou conhecido como o “rock nacional” dos
anos 80, ele não dá tréguas a esses companheiros de estrada. “A geração
dos anos 80 parece bicicleta ergométrica, como o meu amigo Dé [o músico
André Palmeira, ex-Barão Vermelho] costuma dizer: não nos levou a lugar
nenhum”, diz.

De fato, Lobão nunca se sentiu confortável em pele de roqueiro. Fundador e
baterista da Blitz – banda que projetou o rock nacional, da qual faziam
parte Evandro Mesquita e Fernanda Abreu –, abandonou o grupo no momento em
que ele explodia nas paradas. Nessa época já tinha na bagagem um disco
solo, Cenas de Cinema, de 1982. Nos anos seguintes, tocou com Marina Lima,
Ritchie e Gang 90 e formou sua própria banda, Os Ronaldos. Em 1986, de
novo em carreira solo, compôs seu primeiro samba, A Voz da Razão, cantado
em parceria com Elza Soares. Gravaria outros dois, em 1995, no álbum
Nostalgia da Modernidade. Não por acaso, Lobão detesta ver seu trabalho
tachado de “pop rock” – rótulo que, acredita, o coloca como “subproduto”
da MPB. “Qual é a diferença entre a minha produção musical e a do Caetano,
a do Gil?”, pergunta ele.

O maior sucesso de Lobão, no entanto, continua sendo Vida Bandida (1987),
seu disco mais roqueiro e visceral. Lançado no calor de sua saída da
prisão, alcançaria a marca das 350 000 cópias vendidas. Mais intimista, o
novo trabalho, A Vida É Doce, encerra uma trilogia iniciada com Nostalgia
da Modernidade e Noite.

PLAYBOY encarregou o editor Ivan Marsiglia de entrevistar Lobão, em duas
sessões realizadas no Hotel Eldorado, em São Paulo, e na churrascaria
Plataforma, no Rio de Janeiro. Foram no total 7 horas de gravação. Abaixo,
as impressões do entrevistador:

“Não é com qualquer pessoa que se pode passar 4 horas consecutivas batendo
papo sem que a conversa se torne chata. Lobão é um desses raros oradores
que jamais deixam a atenção do interlocutor cair. Rápido, inteligente,
sarcástico, vai expondo opiniões e narrando histórias como se fossem cenas
de cinema – nome, aliás, de seu primeiro disco solo. Como entrevistado, é
um prato cheio: diz o que pensa sem eufemismos e não faz média com
ninguém.

“Difícil é conduzir, rumo a uma entrevista bem dosada, o turbilhão de
fatos, lembranças e histórias que ele dispara. Dá vontade de abandonar o
roteiro predeterminado, pedir dois chopes ao garçom e deixar solta a verve
do lobo. Em nosso primeiro encontro, o músico só interrompia suas frases
para intercalá-las com baforadas de cigarrilhas baianas da marca
Palomitas. O incrível é que, mesmo quando envereda por uma história
completamente diferente da que vinha contando, Lobão jamais perde o fio da
meada. Sinal de que, com todos os excessos que já praticou na vida, sua
lucidez continua a mesma, a exemplo de sua já notória resistência física.

“Falando de tudo e de todos, o lobo ainda morde. Mas, com o sucesso do
novo disco e a ótima fase do casamento com Regina Lopes, ele parece mais
centrado, mais feliz. O mundo girou entre os discos Vida Bandida, de 1987,
e A Vida É Doce, de 1999. Ao que parece, Lobão finalmente encontrou seu
lugar nele.”

PLAYBOY – Da vida bandida para a vida doce, mudou tudo para você?
LOBÃO – Na verdade, tem algo muito parecido nesses dois momentos. Tanto
antes como agora, estou brigando. Dia desses fui a um programa de
televisão e eles exibiram um videoteipe de uma entrevista minha no
[programa] Roda Viva [da TV Cultura, de São Paulo] em 1988. Vi a minha
expressão [faz cara de desespero], meus lábios tremiam, estava prestes a
chorar. Não conseguia entender por que estava preso, quando era réu
primário. Estava brigando com a polícia. No momento, a minha briga é
contra o jabá e a pirataria oficial que se instalou no Brasil.

PLAYBOY – Você diz que a canção-título do novo CD, A Vida É Doce, foi a
primeira que compôs sóbrio. Isso é literal?
LOBÃO – Literal.

PLAYBOY – Você bebia mesmo?
LOBÃO – Bebia, me drogava, ficava muito louco. Fumava muita maconha,
cheirava pó, tomava heroína. Quando parei de tomar drogas proibidas,
passei a beber muito. E, quando consegui compor A Vida É Doce sóbrio,
comecei a ter mais auto-estima. Percebi que tenho um contato com a minha
criatividade suficientemente intenso para não precisar da droga.

PLAYBOY – Em março você passou quinze dias em coma por causa de uma
overdose de calmantes misturados com álcool. Ficou a dúvida se tinha sido
acidente ou tentativa de suicídio. O que aconteceu?
LOBÃO – Foi acidente. Estava muito ansioso para terminar o novo trabalho.
Tinha decidido fazer um disco independente e tinha medo de não ter uma boa
recepção. Então bebia para relaxar, mas a bebida não causava mais efeito
letárgico. Eu até conseguia pegar no sono, mas dormia 2, 3 horas e
acordava elétrico, com vontade de trabalhar outra vez. Entrei nos
calmantes mas também não aliviei na bebida. Chegou um dia em que uma ação
residual qualquer me causou essa intoxicação brutal.

PLAYBOY – Em 1979 houve uma ocasião em que você realmente tentou se matar
tomando um coquetel de comprimidos e álcool, não foi?
LOBÃO – [Sério.] Tentei me matar, sim, porque estava vivendo num cárcere
privado. Morava com uma mulher que não me deixava trabalhar, saí da
escola, deixei de ser profissional.

PLAYBOY – Quem era ela?
LOBÃO – Prefiro ter a delicadeza de omitir. Ela controlava demais a minha
vida. Chegou uma hora em que falei: “Sabe de uma coisa? Não agüento mais
isso”. E tomei uma garrafa de álcool e todos os meus comprimidos.

PLAYBOY – Que comprimidos?
LOBÃO – Tomei o Rivotril [medicamento indicado para evitar crises de
epilepsia]. Peguei aquele arsenal de Rivotril e blaaaaá, engoli com uma
garrafa de inteira de cachaça. Aí o telefone começou a tocar. Falei “pô,
não vou atender, estou morrendo...” Mas atendi. Era o [músico carioca]
Arnaldo Brandão. Na época estava tocando com ele e o Arnaldo Baptista
[principal compositor e parceiro de Rita Lee no grupo Mutantes]. Veja lá
que trio! Aí falei: “Arnaldo, vem pra cá rápido, vamos ensaiar”. E o pior
foi que eles vieram. Chegaram, não dei sinal de nada e pensei: “Se não
bateu, não bateu, não vou morrer”. Aí sentei na bateria [finge que está
batendo nos pratos] – dindindá dindindá – e catapum: caí duro. Acordei num
CTI e falei: “Deus é realmente um burocrata. Não tem a menor imaginação.
Vestiu os anjos de enfermeiros” [risos]. Acordei muito bem-humorado.
Fiquei numa dormência, numa felicidade química inextingüível.

PLAYBOY – Essa foi a única vez em que você esteve perto da morte?
LOBÃO – Creio que não. [Sorri.] Porra, sou um sobrevivente nato! Você sabe
que eu era o xodó da clínica do doutor Rinaldo Delamare [o mais célebre
pediatra brasileiro]? Quando criança tive nefrose, uma doença até então
incurável, que afeta os rins. Dos 2 aos 4 anos tomava doses cavalares de
cortisona. Acho que fui o primeiro caso na América Latina a ser curado.

PLAYBOY – E a sua epilepsia, quando se manifestou?
LOBÃO – Aí tem uma história. Uma época comecei a fazer reportagens com
exus [divindades presentes nas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda
e o Candomblé, às quais se atribuem características demoníacas]. Ia a
templos de umbanda e adorava conversar com pessoas possuídas pelas
entidades. O Exu Tranca-Rua, por exemplo. Até que um dia ouvi falar do Exu
Caveira. Disseram que ele era “o dono do cemitério”. Eu me interessava por
aquilo, pelo sincretismo “por que é que São Jerônimo virou Xangô?”...

PLAYBOY – Foi a tal época em que você achou que fosse médium?
LOBÃO – Eu queria saber se era. Li toda a doutrina espírita, umbandista.
Queria saber qual era aquela parada.

PLAYBOY – E você fez a tal “reportagem” com o Exu Caveira?
LOBÃO – Na época estava lendo Além do Bem e do Mal, do [filósofo alemão
Friedrich] Nietzsche, o Manifesto Surrealista, do [escritor francês] André
Breton, O Acaso e a Necessidade [do filósofo da ciência francês Jacques
Monod] e fazendo uma conexão com a umbanda no Brasil. O Exu Caveira é um
ser muito introspectivo. A manifestação dele me deixou muito
impressionado: o possuído se encurvava assim, pegava vidro, moía na mão e
comia. Achei aquilo muito forte. Aí pensei: “Esse cara é o dono do
cemitério, é o exu general da banda, o rei da cocada preta? Vou falar com
ele”. Não fui para o centro espírita, não. Decidi fazer o ritual em casa.
Botei um Pink Floyd na vitrola, daqueles antigos que fazem [imita um
zumbido sombrio] uuuuuu. Fiz um altarzinho, botei umas velinhas
tremelicando e fiquei assim: “Ó, Exu, pode me falar. Aqui tem um ombro
amigo, pode vir. Estou aqui para lhe servir. Você deve ser uma figura
difícil, rejeitada, utilizada pelas pessoas. Olha, acho isso um
absurdo...” Daqui a pouco estrebuchei, e bá!, caí no chão. Acordo tonto,
deitado na minha cama. Olho ao redor e está tudo destruído, as gavetas
puxadas, uma garrafa de álcool que tinha rasgada no meio. Chamei minha
mãe. Perguntei se ela não tinha ouvido nenhum barulho. “Barulho seu eu
sempre ouço”, ela respondeu. Depois disso, fui fazer eletroencefalograma.
Aí cada neurologista falava uma coisa do meu cérebro.

PLAYBOY – Você tem epilepsia?
LOBÃO – Verifiquei que não é epilepsia, não. Tenho um hemisfério
[cerebral] maior do que o outro. Minha psiquiatra, a Julieta Guevara,
falou: “Olha, a parte da linguagem, da imaginação, é hipertrofiada. Você
tem 60% a mais de hemisfério direito do que de esquerdo”. A minha
hiperatividade vem disso.

PLAYBOY – E como é que você lida com esse problema?
LOBÃO – Cinco anos atrás, fui fazer tratamento com o dr. Federico Navarro,
um psiconeurologista italiano, que me falou: “Você não vai tomar mais
remédio nenhum”. E começou a fazer tratamento com uma lanterna. Por meio
da angulação do nervo óptico ele corrigia vários desequilíbrios
vegetativos. Também colocava umas conchas no meu ouvido.

PLAYBOY – E você abandonou a medicação?
LOBÃO – Ele trocou [os comprimidos] por um xarope cor-de-rosa durante um
tempo e fui suprimindo, suprimindo. De 1993 para cá, me vi livre dos
remédios que tomava desde os 12 anos. Só faço um acompanhamento com a
minha psiquiatra, e também com uma psicóloga, a Cristina Cunha. Quer
dizer, vim de uma nefrose na infância e de uma disritmia que me acompanhou
até seis anos atrás [ri].

PLAYBOY – Como você se sente fisicamente aos 42 anos de idade?
LOBÃO – Estou me sentindo muito melhor do que antes.

PLAYBOY – Você freqüenta academia?
LOBÃO – Não. Faço ginástica no meu quarto. E perambulo pela Lagoa Rodrigo
de Freitas. É o meu cenário. Vou da Lagoa até a Praia de Ipanema.
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